domingo, 4 de abril de 2010

Apos Ricky Martin, é a vez de Netinho


Rick Martin declarou esta semana em seu site, com todas as letras: “Tenho orgulho de dizer que sou um homossexual.” A notícia, claro, mexeu com as fãs do cantor no mundo todo, inclusive com um fã clube no Brasil. “No início, a gente ficou preocupada com a carreira dele”, contou Daniela Witzkii, fã de Ricky Martin. “A gente só tem medo que ele sofra algum tipo de preconceito”, acrescentou Paula Pimentel, outra fã. “Ele é um símbolo sexual. A gente vai continuar sonhando”, decretou Heleda Antunes, outra fã. Na época em que lançou um clipe pra lá de sensual, Ricky Martin alimentava o sonho das fãs, em especial de uma brasileira. Em uma música, ele conta uma história de amor que começou em um carnaval no Rio de Janeiro. “Foi uma história de amor com uma menina que me fez louco”, contou Ricky Martin ao Fantástico, em 1999. Foram anos mantendo a fama de galã sem assumir a verdadeira sexualidade. “Quando uma pessoa pública assume a homossexualidade, no dia a dia da pessoa, do homossexual, não causa nenhuma diferença. Mas com o passar do tempo, sim, porque a mídia vai trazendo informações, discussões, reflexões que podem ajudar ele e a sociedade como um todo a poder aceitá-lo de uma forma melhor”, ressalta a psicóloga e sexóloga Jaqueline Ferreira Lopes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ricky Martin é só mais um nome na lista de famosos que nos últimos tempos assumiram gostar de pessoas do mesmo sexo. A atriz Anna Paquin, a Vampira da saga X-Men, declarou ser bissexual. O mágico James Randi, que teve um quadro no Fantástico em 2002, aos 82 anos, também assumiu que é gay. A lista continua: a atriz Cynthia Nixon, do seriado Sex and the City; a cantora e atriz Lindsay Lohan; o ex-N’Sync Lance Bass; e, no Brasil, Netinho, o cantor baiano que, nos anos 90, embalou multidões com a música “Milla”. Dois anos atrás, Netinho passou por uma situação parecida com a de Ricky Martin. Ele deu uma entrevista para uma revista de celebridades e, pela primeira vez, falou sobre sua sexualidade. “Eu falei que eu já tinha vivido uma experiência com uma pessoa do mesmo sexo que eu”, recorda Netinho. Não é fácil falar de um assunto tão íntimo, ainda mais para ele, que foi casado com uma mulher e tem uma filha, hoje com 10 anos. Mas como foi para Netinho perceber que estava se sentindo atraído por um homem? Foi uma crise existencial? “Eu acho que todo mundo que passa por isso, quem vive esse tipo de relação. É um choque. Foi aquela sensação de não aceitação: `Por que eu estou sentindo isso?’ Mas, com o tempo, você percebe que é um sentimento que nasceu dentro de você. Quando você coloca para fora, conta para alguém, eu acho que você passa a ser mais feliz”, explica Netinho. O blogueiro e escritor Fabrício Viana, gay assumido, criou um site para discutir como assumir a homossexualidade. Deu tão certo que virou livro. “Eu recebo pedidos de mães que descobriram que o filho é gay e não podem falar. Eu recebo pedidos, por exemplo, de esposas que desconfiam do marido”, conta Viana. “Caramba: eu gosto de meninas. E agora, o que eu faço?”, conta a estudante Catarina Fernanda da Silveira. Catarina, hoje com 20 anos, teve essa crise aos 13 anos. “Minha mãe sabe, mas prefere fingir que não sabe. Ela prefere falar assim: ‘Minha filha, quando você casar com um homem’ - ela ainda enfatiza – ‘a gente vai ser feliz’. É uma coisa muito delicada você falar que é gay. Precisa ter muita coragem. É como dizem: tem que dar a cara a tapa. Eu estou pondo, porque eu quero ser feliz”, conclui Catarina.


FONTE: fantastico.globo.com/jornalismo

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